O vivo acinzentado do meu coração...




Houve um tempo onde um preto acinzentado ocupava o lugar destinado à cor dos meus olhos, tempo onde os sonhos se apagaram e a esperança se esvaiu entre os vãos dos meus dedos.  Procurei por muito tempo e em muitos lugares, algo que pudesse suprir o vazio que habitava o meu interior, queria algo cujas cores me fizessem querer viver.  
Estava sem forças e não sabia a quem recorrer. Recorri àqueles que se diziam amigos, e por pouco me livrei de morrer. Acabei me afundando na falsa e passageira alegria oferecida pelos habitantes desse mundo; por um instante me senti completa, mas algum tempo depois o vazio retornava à sua residência, meu coração.
As festas me ofereciam uma cor que parecia gerar vida, mas ao final de cada festa a morte era gerada no meu coração, e as cores translúcidas passavam de vivas para um eterno negro em fração de segundos. Os amigos já não podiam suprir minhas necessidades, e mesmo rodeada de pessoas, eu estava sozinha.
Depois de parte da minha vida ser perdida em uma busca implacável pela felicidade, acabei descobrindo que a plenitude da alegria jamais poderia ser encontrada em objetos, momentos ou pessoas, mas que ela estava em uma única pessoa, Jesus Cristo. A alegria não somente estava Nele, mas a alegria era Ele.
Hoje há cor em meus olhos, pois descobri de maneira afável que somente Ele é o toque de vida em cada coração. Agora não sou movida por momentos, por objetos ou por pessoas, mas sou movida por uma canção de amor que me mantém viva, tal canção nasce das batidas do coração do Pai, e me coloca em movimento guiando-me à Sua vontade que é boa, perfeita e agradável.
Sou grata ao Deus que ao me conhecer, entregou-me seus “mágicos” lápis de cor e me encorajou a desenhar com eles os sonhos mais coloridos e apaixonados que eu pudesse ter, prometendo realizá-los, caso todos fossem de acordo com a Sua vontade. Hoje não ouso mais sonhar os meus sonhos, pois eles eram vagos e negros, mas vejo que vale a pena abrir mão de uma alegria momentânea para vislumbrar a eterna exultação ao lado do Pai, escolhi então desenhar meus sonhos com todas as cores que encontrei na vida que só Cristo me dispõe.
O negro fosco que ocupava o meu olhar se dissipou, deu lugar às cores da salvação e por causa dessa luz, hoje eu tenho vida! 
Gabriela Paiva.

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